Meditar não é relaxar. Não é parar os pensamentos nem ficar calmo e sereno. É um treinamento mental. Um exercício de concentração. Em reencontro com você e com tudo o que há. Meditação é uma oportunidade de aprender sobre os pensamentos, as emoções e as manifestações fisiológicas de tudo isso.
Quando você permanece em silêncio, investiga, curiosamente, o que acontece a cada instante. Uma respiração após a outra, você aprende a habitar o momento presente. Cultiva o estado “ser” e coloca em descanso o modo fazer. A sua única ocupação é existir. A maioria dos nossos problemas surge porque somos incapazes de lidar com a impermanência e a vulnerabilidade. Fugimos, sem parar, do sofrimento e da dor. Nos distraímos buscando constantemente por momentos de prazer. Vinculamos a nossa alegria a tudo o que vem de fora. Vivemos como mendigos, implorando por migalhas de sorrisos.
Ignoramos que a felicidade verdadeira já é a nossa essência e o nosso bem mais precioso. O carro, o emprego, o marido, o filho e a casa são só símbolos. No instante em que você conquista qualquer um desses objetivos, a mente silencia por um instante. Você se sente tão leve e feliz, que acredita que o “objeto” foi o causador daquele contentamento instantâneo. A verdade é que esse é o seu estado natural. Mas você está muito ocupado pra perceber. Enquanto você medita, descobre tudo isso – e mais. Ao contrário do que muita gente pensa, a meditação não traz benefícios só enquanto estamos “na almofada”. Esses poucos minutos que dedicamos à prática diária, são só uma preparação para a vida real. Essa vida, que acontece enquanto nos distraímos com infinitas metas que “um dia” permitirão que sejamos felizes. Meditando, você descobre que não há outro momento além desse. E que a vida é muito preciosa pra ser vivida só no final de semana, nas férias ou no futuro.